domingo, 17 de outubro de 2010

Comer Orar e Amar

Nada de mais importante haverá que a amizade. Talvez o amor , dir - me - ão , mesmo sabendo a dor que nos pode trazer. A solidariedade é uma parte da amizade, creio. Os elos que unem as pessoas , aqueles puros , despidos de preconceitos e de interesses que para mim , mesmo que seja só a um nível etéreo e imaginado, desaguam na amizade , a amizade cheia de solidariedade  , são o que verdadeiramente conta. Certo? Mas ,será que existem? ou serão um mito que a literatura e o cinema nos criaram desde a nossa infância?

Vejo muitos compatriotas , compatriotas no sentido de que partilham o mesmo planeta , que vivem acreditando que esses filamentos de verdade e de fé existem e que são eles que sustentam toda a sua existência , que são o alimento e o calor . Dou por mim a pensar , por isso , que talvez seja eu , só eu,  que não mais acredita em nada , nem nele próprio , nem no outro , nem em Deus e defende que tudo isto , a vida , não passa de uma fantochada , de uma belíssíma e bem planeada ópera bufa  levada à cena por um sádico ou sádica ociosos e ávidos de retirarem um prazer inominável e medonho da observação da nossa lenta e solitária caminhada em direcção ao deserto que parece que é o que a morte é.

Não sei. Sei que , a grande maioria do tempo sou um céptico praticante que , de vez em quando , seja no meio do silêncio de uma igreja , diante de uma tela de cinema , lendo uma página de boa literatura , em frente ao mar , num jantar de família , sentado em circunstâncias de férias , entre amigos , numa brincadeira com crianças , se interroga e se questiona , parecendo querer  vislumbrar os ditos filamentos de vida e de fé , de esperança e de crença , de solidariedade , de pura e desinteressada companhia humana. Quer acreditar. Diz ao  mais intimo de si que afinal a solidariedade existe e que tudo o que o Homem fez até hoje tem um sentido espiritual forte , que talvez o amor exista e seja benfazejo, que o dinheiro foi apenas criado pelo espirito de competição e de jogo inato ao ser humano.

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