terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Poderes mágicos

Gostava de ter poderes mágicos.Quem não gostava afinal?! Aquele que agora mais jeito me dava era o poder de recuar no tempo. Andar para trás , ter a possibilidade de fazer as coisas de forma diferente e fazer coisas que nunca fui capaz de fazer .

Na impossibilidade de deter tal poder , aproveito hoje este dia de chuva e frio , para , quieto , tentar analisar com a calma possível , as possibilidades que o presente me abre , quer para o poder viver melhor quer para ter um futuro  menos agreste e solitário.

Está um frio serrano !

Outro poder que me faz falta é o poder de sorrir mesmo na desgraça. e esse eu sei que possuo.só que por estes dias tem-se afastado de mim e então a minha vida tem sido apenas trágica,sem comédia de espécie alguma.

De vez em quando,sinto paz.Tudo parece estar no sitio certo.

Ouço o distante mar , da praia deserta,sinto a brisa que penteia as ondas e imagino as gaivotas desenhando no céu voos de procura.

Gostava de ter poderes mágicos !

O silêncio pousou agora dentro de mim.
Árvores despidas enfrentam o inverno com coragem.
Os teus olhos encostam-se à retina da minha memória e volto a acreditar no amor com uma lágrima a querer desprender-se do coração.

Deus terá um plano para cada um de nós?! - perguntas.

Respira fundo , meu amor , respira fundo.

Buraco Negro

Os meus pensamentos navegam desorganizados pelo oceano etéreo do desconhecido sem que consiga dar-lhes um rumo que me apazigúe a alma.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

quasi

de novo , a velha solidão  toma conta de mim . a dor grave , grossa e densa , espalha-se como câncer por todas as células do meu corpo , destruindo-me a alma .

Quase , quasi. Mário de Sá Carneiro


Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além
Para atingir, faltou-me um golpe de asa ...
Se ao menos eu permanecesse aquém ...

Assombro ou paz ? Em vão ... Tudo esvaído
Num grande mar enganador d´espuma;Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além
Para atingir, faltou-me um golpe de asa ...
Se ao menos eu permanecesse aquém ...

Assombro ou paz ? Em vão ... Tudo esvaído
Num grande mar enganador d´espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor ! - quasi vivido ...


Quasi o amor, quase o triunfo e a chama,
Quasi o princípio e o fim - quasi a expansão ...
Mas na minh´alma tudo se derrama ...
Entanto nada foi só ilusão !

De tudo houve um começo ... e tudo errou ...
- Ai a dor de ser-quasi, dor sem fim ...
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou ...

Momentos de alma que desbaratei ...
Templos aonde nunca pus um altar ...
Rios que perdi sem os levar ao mar ...
Ânsias que foram mas que não fixei ...

Se me vagueio, encontro só indícios ...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos d' heroi, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios ...

Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí ...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi ...





Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe d´asa ...
Se ao menos eu permanecesse aquém ...

E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor ! - quasi vivido ...


Quasi o amor, quase o triunfo e a chama,
Quasi o princípio e o fim - quasi a expansão ...
Mas na minh´alma tudo se derrama ...
Entanto nada foi só ilusão !

De tudo houve um começo ... e tudo errou ...
- Ai a dor de ser-quasi, dor sem fim ...
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou ...

Momentos de alma que desbaratei ...
Templos aonde nunca pus um altar ...
Rios que perdi sem os levar ao mar ...
Ânsias que foram mas que não fixei ...

Se me vagueio, encontro só indícios ...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos d' heroi, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios ...

Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí ...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi ...





Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe d´asa ...
Se ao menos eu permanecesse aquém ...



quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

angústia , que porra de angústia

Sinto que a distancia que me separa de mim mesmo aumenta e diminui sem que eu seja capaz de ter sobre isso algum controlo.

e é o sobressalto inquietante que fica e vai cavando fundo ,

uma angústia tormentosa que faz do tempo  , cinza , pó ...

e lágrimas esquecidas querem retornar à face que um dia as viu partir.


domingo, 5 de janeiro de 2014

Eusébio

Eusébio morreu hoje.
Incontornável figura do mundo português , do futebol em particular , ultrapassou fronteiras e foi um pedacinho de nós em muitos cantos do globo. Eusébio e Amália , foram , durante muito tempo , das nossas figuras maiores , mais conhecidas e amadas , tanto cá dentro como lá fora.

As televisões nacionais passaram (e passam) longas peças panegíricas que fazem chorar até as pedras da calçada. Merecidas , sem dúvida , mas um tanto exageradas como é nosso timbre , aliás , em ocasiões idênticas.

R.I.P.