quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Não sei como lhe chamar. Crónica , conto , historieta,pequena história, uma coisa simples, portanto.
Era despois do jantar que normalmente ela ladrava. Talvez não fosse sempre à mesma hora , uma vez que nem sempre janto a hora certa , mas era no remanso da noite que a ouvia latir. Ao princípio, durante mais tempo e com uma firme intensidade sonora mas há medida que  os dias iam passando,  a intensidade do som dos latidos diminuiu e a duração também .
Julguei que comunicava com os ex companheiros de vadiagem e que estava em processo de separacao com a antiga vida. Olhava-me sempre com aqueles profundos e doces olhos castanhos , intrigantes mas sinceros , que sempre me desarmavam e dei por mim a pensar se , à semelhança do ser humano , os animais têm alma / espírito / compaixão .