terça-feira, 31 de outubro de 2017
Um frio gélido atravessa-me o corpo atingindo a alma . Não há vozes em redor , nem fogueiras , nem luz. Só o silêncio ! O silêncio que inunda o coração , o silêncio que abafa e leva com ele a esperança . O dia já se fez noite mas nem uma estrela escuto neste lugar onde me encontro. Não sei se amanhã estarei vivo mas se estiver espero ver-te à janela
sexta-feira, 20 de outubro de 2017
domingo, 15 de outubro de 2017
sábado, 14 de outubro de 2017
sexta-feira, 13 de outubro de 2017
Onze da manhã . Mais um dia sem chuva . O lugar , como de costume , está calmo e nada de particularmente emocionante se passa. Aliás , para lá da vida de todos os dias das gentes que por aqui vivem , que não é coisa pouca , nada de especial acontece. À noite , o silêncio é quase sepulcral e só o recurso à imaginação nos ajuda a passar as horas vazias de sons. Ao contrário do que se possa pensar , não é mau de todo. Claro que preferia que estivesses aqui mesmo que não trocássemos qualquer palavra. Olhar para ti , seria suficiente. Na tua ausência , é à imaginação que recorro.
quinta-feira, 12 de outubro de 2017
A vida é assim. Tem dias em que não faz qualquer sentido. Nem a Catalunha, o PSD ou mesmo o José Sócrates me entusiasmam. Só a vitória de Portugal contra a Suiça , no último jogo de apuramento para o Mundial de Futebol,Rússia,2018,me alegrou um pouco , logo a mim , que normalmente não ligo nenhuma ao futebol.
A doença da minha mãe obriga-me a pensar na vida . Como disse , sem trabalho e com um pequeno rendimento anual , vislumbro com pessimismo o futuro. Cheguei a esta situação porque não venci a pusilanimidade com que vim ao mundo ou a ela me deixei vergar ao longo dos anos . Vivi durante muito tempo afectado por depressões e falta de auto-estima , consequência , porventura , de uma predisposição natural , a que se somou a circunstância de ter crescido em ambiente de algum desequilíbrio emocional provocado , em grande medida , pelo meu pai , ele próprio, também desequilibrado .
Sempre receei o futuro e ei-lo aqui , a bater-me à porta : não vem com cara de muitos amigos nem com muito bons modos. Não tenho outro remédio senão deixá-lo entrar e alojá-lo o melhor que puder.
A doença da minha mãe obriga-me a pensar na vida . Como disse , sem trabalho e com um pequeno rendimento anual , vislumbro com pessimismo o futuro. Cheguei a esta situação porque não venci a pusilanimidade com que vim ao mundo ou a ela me deixei vergar ao longo dos anos . Vivi durante muito tempo afectado por depressões e falta de auto-estima , consequência , porventura , de uma predisposição natural , a que se somou a circunstância de ter crescido em ambiente de algum desequilíbrio emocional provocado , em grande medida , pelo meu pai , ele próprio, também desequilibrado .
Sempre receei o futuro e ei-lo aqui , a bater-me à porta : não vem com cara de muitos amigos nem com muito bons modos. Não tenho outro remédio senão deixá-lo entrar e alojá-lo o melhor que puder.
Passo por dias sombrios , que tinha antecipado , mas vividos são outra coisa . Sem trabalho , com um baixo rendimento anual , preocupo - me com o futuro. Há alturas em que realidade esbarra contra nós de uma forma tão brutal e ruidosa que , se a situação por si só já não é boa , fica ainda pior , uma vez que nos tira esperança e discernimento.
Deixar tudo para amanhã , dá nisto.
Deixar tudo para amanhã , dá nisto.
domingo, 8 de outubro de 2017
Ficou ali quieto por instantes , sem saber para onde ir , até que , inexplicavelmente , as lágrimas começaram a cair , frias , pelo até então seco rosto.
Falavam - lhe em Deus e na redenção pela Fé mas sentia-se tão destroçado e descrente que não conseguia entender nada. Afinal , pensou depois , é que a possível verdade era a de que a sua arrogância é que o fazia estar assim. A arrogância de julgar estar certo !
Não é fácil reconhecer que nos enganámos quase todo o tempo. Que a nossa visão da vida e o nosso raciocínio sobre os outros foi , durante imenso tempo , um tremendo erro .
Falavam - lhe em Deus e na redenção pela Fé mas sentia-se tão destroçado e descrente que não conseguia entender nada. Afinal , pensou depois , é que a possível verdade era a de que a sua arrogância é que o fazia estar assim. A arrogância de julgar estar certo !
Não é fácil reconhecer que nos enganámos quase todo o tempo. Que a nossa visão da vida e o nosso raciocínio sobre os outros foi , durante imenso tempo , um tremendo erro .
quinta-feira, 5 de outubro de 2017
Morte
A primeira vez que a Morte me mordeu o coração e me arrancou um pedaço , foi em setembro de 1985 , quando o meu Pai morreu. Depois , em fevereiro de 1990 , de forma súbita e sacana , fui de novo amputado , quando o meu Irmão Miguel parou definitivamente de respirar, inanimado para sempre. Se ainda não me tinha refeito do desaparecimento do meu pai , este segundo golpe , desferido à má-fila , marcou profundamente a minha vida , alterando-a para sempre.
Quando percebeu quem caminhava do outro lado , atravessou a rua , aproximou-se e , disfarçando o embaraço que sempre lhe causava a mãe , curvou-se primeiro em direcção à criança a seu lado , cumprimentando - a com um beijo na face e um afago nos cabelos lisos. Só depois teve coragem para enfrentar o rosto luminoso da mulher que em segredo amava , tendo conseguido mesmo reunir forças para articular , com algum sentido , umas palavras de circunstância . O sol começava a pôr-se e no seu trajecto em direcção ao mar , ia enchendo o céu de um quente laranja avermelhado a que não se podia ficar indiferente. Mais ninguém , àquela hora , passava na rua.Só ao longe , no outro extremo , se viu a mulher a estender a roupa , nos seus gestos lentos , como sempre fazia . Inês começou a ficar inquieta quando o silêncio se interpôs entre os dois adultos ali a seu lado e ia puxando pelo braço da mãe.
- Vamos - disse - o André está à nossa espera.
- Até logo - balbuciou António evitando um constrangimento maior que com toda a certeza se imporia se ali ficasse mais tempo . Alice olhou-o com a serenidade que lhe era comum e deixou-se levar pela filha sem dizer qualquer palavra.Esboçou um sorriso quando olhou para trás e mais nada. O alaranjado do céu , cada vez mais intenso , atingiu - o no coração.
- Vamos - disse - o André está à nossa espera.
- Até logo - balbuciou António evitando um constrangimento maior que com toda a certeza se imporia se ali ficasse mais tempo . Alice olhou-o com a serenidade que lhe era comum e deixou-se levar pela filha sem dizer qualquer palavra.Esboçou um sorriso quando olhou para trás e mais nada. O alaranjado do céu , cada vez mais intenso , atingiu - o no coração.
domingo, 1 de outubro de 2017
Ficar apaixonado é cair numa armadilha ! Uma armadilha que os sentidos ou o coração , nos preparam e para a qual , nós , ansiosos por dar um sentido à vida , nos deixamos ir satisfeitos e inebriados , mesmo sabendo dos perigos que , com grande probabilidade , iremos ter pela frente. Mas quem é que consegue viver sem o apelo da paixão? Quem não gosta ou gostou de estar apaixonado?! Como se consegue viver sem amor?!...
Abençoadas foram as vezes em que na minha vida me senti apaixonado. Não sei ao certo quantas foram mas foram de certeza menos das que poderiam ter sido. Não me arrependo de nenhuma delas , repetiria cada uma , se possível fosse. Guardo o lado bom mas não esqueço o lado menos bom . Guardo a leveza e a beleza. O sorriso idiota pela manhã , a boa disposição durante o dia , o sorriso sem sentido pela tardinha.
Abençoadas foram as vezes em que na minha vida me senti apaixonado. Não sei ao certo quantas foram mas foram de certeza menos das que poderiam ter sido. Não me arrependo de nenhuma delas , repetiria cada uma , se possível fosse. Guardo o lado bom mas não esqueço o lado menos bom . Guardo a leveza e a beleza. O sorriso idiota pela manhã , a boa disposição durante o dia , o sorriso sem sentido pela tardinha.
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