domingo, 10 de maio de 2020

Tenho dúvidas. São muitas mais do que as poucas certezas que amealho . Ainda agora , depois da volta matinal com o meu cão , me interroguei : o cão que veio foi o mesmo cão que foi?! Verifiquei as marcas físicas que o distinguem , a forma de andar , o seu reconhecimento do espaço doméstico e a obediência ao meu chamamento e , sim , era o meu cão , o companheiro fiel de todos estes dias , há quase dois anos.
Mas a incerteza permaneceu. Continuava com dificuldade em convencer-me que aquele cão prostrado no chão do escritório, como sempre faz depois dos passeios , era o meu de sempre. Olhei-o , uma , duas , vezes sem conta , tentando dissipar as suspeitas mas o nevoeiro interrogativo continuava a confundir-me o pensamento até que concluí que na verdade o cão que veio já não era o mesmo cão que daqui saiu . Nem eu. Também em mim se operaram mudanças