terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Comentários "roubados" ao portaldaloja.blogspot , a propósito de um texto de José , publicado em 27 de dezembro de 2015 , acerca do eventual fim do Público:


Blogger Zephyrus disse...
Como médico aqui o anonimato permite dizer o que penso.

O SNS deve ser parcialmente privatizado.

Devem evitar-se ao máximo acordos pagos pelo Estado com o sector privado.

Os médicos que ficarem no SNS devem trabalhar em regime de exclusividade e os salários devem subir assumindo valores que o país possa pagar.

As classes médias devem pagar mais pelo acesso à Saúde após a Reforma do sistema.

Um cirurgião de um hospital universitário pode ser simultaneamente professor numa faculdade de Medicina e trabalhar no sector privado?

Os ciclos básicos de Medicina das regiões autónomas e o curso do Algarve devem ser encerrados.

O número de vagas não deve exceder a capacidade de formação de internos de especialidade.

A Ordem deve ser extinta.

Na privatização parcial a ADSE é estendida a todos os portugueses e os centros de saúde vendidos a médicos. Cada médico não deve ter mais de x centros de saúde, como sucede nas farmácias. Os impostos em contrapartida baixam. O dinheiro das vendas vai para um fundo para reduzir a dívida externa do país, como tem sido proposto por Miguel Cadilhe.

O acesso a Medicina deveria ser feito apenas com exames de acesso. Há centenas de médias internas compradas em colégios privados.
28 de dezembro de 2015 às 14:26
Blogger Zephyrus disse...
Quando estudei Portugal era de longe o país da Europa onde mais se faziam exames de diagnósticos. Em Imagiologia, estávamos 50% acima de países ricos como a Dinamarca.

Abusamos como ninguém dos antibióticos. Somos campeões das bactérias resistentes, juntamente com os gregos.

Os cortes são importantes pois previnem abusos no consumo de medicamentos e o excesso de exames de diagnóstico desnecessários.

Falhamos na prevenção.

O consumo de álcool entre os jovens é elevadíssimo.

A incidência de HIV está a aumentar.

Todos estes comportamentos do bom povo serão pagos a peso de ouro no futuro pelo SNS.
28 de dezembro de 2015 às 14:30
Blogger Zephyrus disse...
O sistema que temos com médicos a trabalhar no privado e no público e carência de profissionais ou péssima distribuição das vagas no internato de especialidade foi parido pelos Governos de Cavaco Silva que fizeram uns favores aos médicos e a alguns médicos dentistas em prejuízo do bem comum.
28 de dezembro de 2015 às 14:32

Blogger Unknown disse...
Zephyrus,
A verdade em que este regime levou o corporativismo a alturas que o anterior regime nunca sonhou: a saúde ao serviço dos médicos, a educação ao serviço dos professores etc. etc.

Miguel D
28 de dezembro de 2015 às 15:57
Blogger Zephyrus disse...
Exacto.

Os professores lucram com o negócio das explicações, que nunca foi tão rentável como agora. Mas os programas não raras vezes ficam por cumprir. Isto merecia discussão público mas é assunto que não interessa a um Público. No tempo dos meus pais, os programas eram bem mais exigentes. Explicações? Só a Matemática, para alunos muito maus que queriam ingressar no Superior. Agora há explicações em todos os níveis de ensino a todas as disciplinas. Quando ingressei havia dezenas de alunos do Ribadouro com explicações a quase todas as disciplinas do Ensino Secundário. Alunos com média interna acima de 16. Como explodiu este negócio? Por que motivo o elevado número de aulas por semana que os alunos têm não é suficiente? Há gato escondido com rabo de fora...

Há os advogados e os seus escritórios a lucrar com prestação de serviços milionários e assessoria a um Estado que não quer contratar juristas.

O erário público está tomado por médicos, professores, advogados, sindicalistas, funcionários das empresas públicas, Misericórdias, autarquias e pelo PSI 20. O cidadão comum da República nada interessa Isto vai acabar mal.
28 de dezembro de 2015 às 16:10

domingo, 27 de dezembro de 2015

Num instante

Talvez ainda não fossem quatro da tarde, estava calor , eu andava cá fora , com uma t-shirt azul suada , quando ela veio ter comigo e me disse :
- Vou-me embora .
 Disse aquilo assim , sem mais , e deixou-me sozinho . Em silêncio, vi-a a caminhar pela álea que vai do jardim ao portão , até que deixei de a avistar. Uma rajada de vento moveu os longo ramos do chorão.

Don't Control Your Anger, Transform It

All the moralists try to change man on the periphery. Your character is the periphery: you don't bring any character into the world, you come absolutely characterless, a blank sheet, and all that you call your character is written by others. Your parents, society, teachers, teachings -- all are conditionings. You come as a blank sheet, and whatsoever is written on you comes from others; so unless you become a blank sheet again you will not know what nature is, you will not know what Brahma is, you will not know what Tao is.
So the problem is not how to have a strong character, the problem is not how to attain no-anger, how not to be disturbed -- no, that is not the problem. The problem is how to change your consciousness from the periphery to the centre. Then suddenly you see that you have always been calm. Then you can look at the periphery from a distance, and the distance is so vast, infinite, that you can watch as if it is not happening to you. In fact, it never happens to you. Even when you are completely lost in it, it never happens to you: something in you remains undisturbed, something in you remains beyond, something in you remains a witness.
It is bad for the anger to move within, because that means your whole body-mind structure will be poisoned by it.
So the whole problem for the seeker is how to shift his attention from the periphery to the centre; how to be merged with that which is unchanging, and not to be identified with that which is just a boundary. On the boundary others are very influential, because on the boundary change is natural. The periphery will go on changing-- even a buddha's periphery changes.
The difference between a buddha and you is not a difference of character -- remember this; it is not a difference of morality, it is not a difference in virtue or non-virtue, it is a difference in where you are grounded.
You are grounded on the periphery; a buddha is grounded in the centre. He can look at his own periphery from a distance; when you hit him he can see it as if you have hit somebody else, because the centre is so distant. It's as if he is a watcher on the hills and something is happening in the valleys and he can see it. This is the first thing to be understood.
The second thing: it is very easy to control, it is very difficult to transform. You can control your anger, but what will you do? You will suppress it. And what happens when you suppress a certain thing? The direction of its movement changes: it was going out, and if you suppress it, it starts going in -- just its direction changes.
And for anger to go out was good, because the poison needs to be thrown out. It is bad for the anger to move within, because that means your whole body-mind structure will be poisoned by it. And then if you go on doing this for a long time... as everybody has been doing, because society teaches control, not transformation.
Society says "control yourself", and through controlling, all the negative things have been thrown deeper and deeper into the unconscious, and then they become a constant thing within you. Then it is not a question of your being angry sometimes and sometimes not -- you are simply angry. Sometimes you explode, and sometimes you don't explode because there is no excuse, or you have to find an excuse. And remember, you can find an excuse anywhere!
[D]eep orgasm through love becomes impossible -- because you are afraid deep down that if you move totally without control, you may kill your wife...
You are angry. Because you have suppressed so much anger, now there are no moments when you are not angry; at the most, sometimes you are less angry, sometimes more. Your whole being is poisoned by suppression. You eat with anger -- and it has a different quality when a person eats without anger: it is beautiful to watch him, because he eats non-violently. He may be eating meat, but he eats non-violently; you may be eating just vegetables and fruits, but if anger is suppressed, you eat violently.
...Then this will move in every way, in every arena of your life: you will make love, but it will be more like violence than like love, it will have much aggression in it. Because you never observe one another making love, you don't know what is happening, and you cannot know what is happening to you because you are almost always so much in aggression.
That's why deep orgasm through love becomes impossible -- because you are afraid deep down that if you move totally without control, you may kill your wife or kill your beloved, or the wife may kill the husband or the lover. You become so afraid of your own anger! Next time you make love, watch: you will be doing the same movements as are done when you are aggressive. Watch the face, have a mirror around so you can see what is happening to your face! All the distortions of anger and aggression will be there.
...Through suppression, the mind becomes split. The part that you accept becomes the conscious, and the part that you deny becomes the unconscious. This division is not natural, the division happens because of repression. And into the unconscious you go on throwing all the rubbish that society rejects -- but remember, whatsoever you throw in there becomes more and more part of you: it goes into your hands, into your bones, into your blood, into your heartbeat. Now psychologists say that so many diseases are caused by repressed emotions: so many heart failures means so much anger has been repressed in the heart, so much hatred that the heart is poisoned.
Why? Why does man suppress so much and become unhealthy? Because society teaches you to control, not to transform, and the way of transformation is totally different.
The first thing: in controlling you repress, in transformation you express. But there is no need to express on somebody else...
The first thing: in controlling you repress, in transformation you express. But there is no need to express on somebody else because the "somebody else" is just irrelevant. Next time you feel angry go and run around the house seven times, and after it sit under a tree and watch where the anger has gone. You have not repressed it, you have not controlled it, you have not thrown it on somebody else -- because if you throw it on somebody else a chain is created, because the other is as foolish as you, as unconscious as you. If you throw it on another, and if the other is an enlightened person, there will be no trouble; he will help you to throw and release it and go through a catharsis. But the other is as ignorant as you -- if you throw anger on him he will react. He will throw more anger on you, he is repressed as much as you are. Then there comes a chain: you throw on him, he throws on you, and you both become enemies.
Don't throw it on anybody. It is the same as when you feel like vomiting: you don't go and vomit on somebody. You go to the bathroom and vomit! It cleanses the whole body -- if you suppress the vomit it will be dangerous, and when you have vomited you will feel fresh, you will feel unburdened, unloaded, good, healthy. Something was wrong in the food that you took and the body rejects it. Don't go on forcing it inside.
Anger is just a mental vomit. Something is wrong that you have taken in and your whole psychic being wants to throw it out, but there is no need to throw it out on somebody. Because people throw it on others, society tells them to control it.
There is no need to throw anger on anybody. You can go to your bathroom, you can go on a long walk; it means that something is inside that needs fast activity so that it is released. Just do a little jogging and you will feel it is released, or take a pillow and beat the pillow, fight with the pillow, and bite the pillow until your hands and teeth are relaxed. Within a five-minute catharsis you will feel unburdened, and once you know this you will never throw it on anybody, because that is absolutely foolish.
[T]ake a pillow and beat the pillow, fight with the pillow... The pillow is enlightened, a buddha. The pillow will not react, and the pillow will not go to any court...
The first thing in transformation, then, is to express anger, but not on anybody, because if you express it on somebody you cannot express it totally. You may like to kill, but it is not possible; you may like to bite, but it is not possible. But that can be done to a pillow. The pillow is enlightened, a buddha. The pillow will not react, and the pillow will not go to any court, and the pillow will not bring any enmity against you, and the pillow will not do anything. The pillow will be happy and the pillow will laugh at you!
The second thing to remember: be aware.
In controlling, no awareness is needed; you simply do it mechanically, like a robot. The anger comes and there is a mechanism; suddenly your whole being becomes narrow and closed. If you are watchful control may not be so easy.
Society never teaches you to be watchful, because when somebody is watchful, he is wide open. That is part of awareness. One is open, and if you want to suppress something and you are open, it is contradictory, it may come out. The society teaches you how to close yourself in, how to cave yourself in...don't allow even a small window for anything to go out.
But remember: when nothing goes out, nothing comes in either. When the anger cannot go out, you are closed. If you touch a beautiful rock, nothing goes in; you look at a flower, nothing goes in: your eyes are dead and closed. You kiss a person; nothing goes in, because you are closed. You live an insensitive life.
Sensitivity grows with awareness. Through control you become dull and dead. That is part of the mechanism of control: if you are dull and dead then nothing will affect you, as if the body has become a citadel, a defence. Nothing will affect you, neither insult nor love.
But this control is at a very great cost, an unnecessary cost; then it becomes the whole effort in life: how to control yourself -- and then die! The whole effort of control takes all your energy, and then you simply die. And life becomes a dull and dead thing; you somehow carry it on.
Sensitivity grows with awareness. Through control you become dull and dead... if you are dull and dead then nothing will affect you.
Society teaches you control and condemnation, because a child will control only when he feels something is condemned. Anger is bad; sex is bad; everything that has to be controlled has to be made to look like a sin to the child, to look like evil.
A deep condemnation enters about all that is alive. And sex is the most alive thing -- has to be! It is the source. Anger is also a most alive thing, because it is a protective force. If a child cannot be angry at all, he will not be able to survive. You have to be angry in certain moments. The child has to show his own being, the child has to stand in certain moments upon his own ground; otherwise he will have no backbone.
Anger is beautiful; sex is beautiful. But beautiful things can go ugly. That depends on you. If you condemn them, they become ugly; if you transform them, they become divine. Anger transformed becomes compassion... because the energy is the same. A buddha is compassionate: from where does his compassion come? This is the same energy that was moving in anger; now it is not moving in anger, the same energy is transformed into compassion. From where does love come? A buddha is loving; a Jesus is love. The same energy that moves into sex becomes love.
So remember, if you condemn a natural phenomenon it becomes poisonous, it destroys you, it becomes destructive and suicidal. If you transform it, it becomes divine, it becomes a god-force, it becomes an elixir; you attain through it to immortality, to a deathless being. But transformation is needed.
In transformation you never control, you simply become more aware. Anger is happening: you have to be aware that anger is happening -- watch it! It is a beautiful phenomenon... energy moving within you, becoming hot!
Anger is beautiful; sex is beautiful. But beautiful things can go ugly. If you condemn them, they become ugly; if you transform them, they become divine.
It is just like electricity in the clouds. People were always afraid of electricity; they thought in olden days, when they were ignorant, that this electricity was god being angry, being threatening, trying to punish -- creating fear so that people would become worshippers, so that people would feel that god was there and he would punish them.
But now we have domesticated that god. Now that god runs through your fan, through your air conditioner, through the fridge: whatsoever you need, that god serves. That god has become a domestic force... no longer angry and no longer threatening. Through science an outer force has been transformed into a friend.
The same happens through religion for inner forces.
Anger is just like electricity in your body: you don't know what to do with it. Either you kill somebody else or you kill yourself. Society says if you kill yourself it is okay, it is your concern, but don't kill anybody else -- and as far as society goes that is okay. So either you become aggressive or you become repressive.
Religion says both are wrong. The basic thing that is needed is to become aware and to know the secret of this energy, anger, this inner electricity. It is electricity because you become hot; when you are angry your temperature goes hot, and you cannot understand the coolness of a buddha, because when anger is transformed into compassion everything is cool. A deep coolness happens. A buddha is never hot; he is always cool, centred, because he now knows how to use the inner electricity. Electricity is hot; it becomes the source of air conditioning. Anger is hot -- it becomes the source of compassion.
Compassion is an inner air conditioning. Suddenly everything is cool and beautiful, and nothing can disturb you, and the whole existence is transformed into a friend. Now there are no more enemies.. .because when you look through the eyes of anger, somebody becomes an enemy; when you look through the eyes of compassion, everybody is a friend, a neighbour. When you love, everywhere is god; when you hate, everywhere is the devil. It is your standpoint that is projected onto reality.
If you become aware of your anger, understanding penetrates. Just watching, with no judgment, not saying good, not saying bad, just watching in your inner sky.
Awareness is needed, not condemnation -- and through awareness transformation happens spontaneously. If you become aware of your anger, understanding penetrates. Just watching, with no judgment, not saying good, not saying bad, just watching in your inner sky. There is lightning, anger, you feel hot, the whole nervous system shaking and quaking, and you feel a tremor all over the body -- a beautiful moment, because when energy functions you can watch it easily; when it is not functioning you cannot watch.
Close your eyes and meditate on it. Don't fight, just look at what is happening -- the whole sky filled with electricity, so much lightning, so much beauty -- just lie down on the ground and look at the sky and watch. Then do the same inside.
Clouds are there, because without clouds there can be no lightning -- dark clouds are there, thoughts. Somebody has insulted you, somebody has laughed at you, somebody has said this or that... many clouds, dark clouds in the inner sky and much lightning. Watch! It is a beautiful scene, terrible also, because you don't understand. It is mysterious, and if mystery is not understood it becomes terrible, you are afraid of it. And whenever a mystery is understood, it becomes a grace, a gift, because now you have the keys -- and with keys you are the master.
-- Osho

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Moderação e bom senso

A moderação e o bom senso não são inimigos da imaginação e da coragem.


Francisco Assis (PS) , in, Público de 23.04.2015

quinta-feira, 26 de março de 2015

Mariana Mortágua


de Rodrigo Sousa Castro em 26.3.15:


A principio tive sérias dúvidas sobre alguma utilidade do inquérito.
Graças a esta mulher excepcionalmente inteligente, diligente e competente mudei um pouco a minha opinião.
Tenho pena que não seja ela a fazer o relatório e ainda mais , que não seja ela a Procuradora Geral da República.
Com ela alguma coisa mudaria, disso não tenho dúvidas.






 Meu comentário:


Plenamente de acordo com o 1º e 2ª parágrafos . Apenas de acordo com metade do 3º , porque : M.M. é ainda muito jovem ( faltar-lhe -á aquilo que só o tempo nos ensina) + a sua não formação em direito , não lhe possibilitariam , mesmo que hipoteticamente , ser PGR. Acrescento ainda, com ela já alguma coisa mudou, tenho a certeza.

the ant and the eagle

no ant has ever became an eagle,
although it’s enough to just wish
and it would become an eagle.
---Miroslav Mika Antić


(através de Daniel Abreu/FB/26mar15)

quarta-feira, 25 de março de 2015

H.Helder

" Se o conhecimento é uma forma de escrita, mesmo sem palavras, uma respiração calada, a narrativa que o silêncio faz de si mesmo, então não se deve escrever, nem mesmo admitindo que fazê-lo seria o reconhecimento do conhecimento. Pode escrever-se acerca do silêncio, porque é um modo de alcançá-lo, embora impertinente. Pode também escrever-se por asfixia, porque essa não é maneira de morrer. Pode escrever-se ainda por ilusão criminal: às vezes imagina-se que uma palavra conse...guirá atingir mortalmente o mundo. A alegria de um assassinato enorme é legítima, se embebeda o espírito, libertando-o da melancolia da fraternidade universal. Mas se apesar de tudo se escrever, escreva-se sempre para estar só. A escrita afasta concretamente o mundo. Não é o melhor método, mas é um. Os outros requerem uma energia espiritual que suspeita do próprio uso da escrita, como a religiosidade suspeita da religião e o demonismo da demonologia. A escrita - inferior na ordem dos actos simbólicos - concilia-se mal com a metamorfose interior - finalidade e símbolo, ela mesma, da energia espiritual. O espírito tende a transformar o espírito, e transforma-o. O resultado é misterioso. O resultado da escrita, não. "
- Herberto Helder

terça-feira, 24 de março de 2015

do último livro de Helberto Hélder, A Morte sem Mestre - Poema 4


que um nó de sangue na garganta


que um nó de sangue na garganta,
um nó de ar no coração,
que a mão fechada sobre uma pouca de água,
e eu não possa dizer nada,
e o resto seja só perder de vista a vastidão da terra,
sem mais saber de sítio e hora,
e baixo passar a brisa
pelo cabelo e a camisa e a boca toda tapada ao mundo,
por cada vez mais frios
o dia, a noite, o inferno, o inverno,
sem números para contar os dedos muito abertos
cortados das pontas dos braços,
sem sangue à vista:
só uma onda, só uma espuma entre pés e cabeça,
para sequer um jogo ou uma razão,
oh bela morte num dia seguro em qualquer parte
de gente em volta atenta à espera de nada,
um nó de sangue na garganta,
um nó apenas duro

(in A Morte sem Mestre; ed. Porto Editora, 2014)

do último livro de Helberto Hélder, A Morte sem Mestre - Poema 3

tão fortes eram que sobreviveram à língua morta


tão fortes eram que sobreviveram à língua morta,
esses poucos poemas acerca do que hoje me atormenta,
décadas, séculos, milénios,
e eles vibram,
e entre os objectos técnicos no apartamento,
rádio, tv, telemóvel,
relógios de pulso,
esmagam-me por assim dizer com a sua verdade última
sobre a morte do corpo,
dizem apenas: igual ao pó da terra que não respira,
o que é falso, pois eu é que deixarei de respirar
sobre o pó da terra que respira,
entre o poema sumério e este poema de curto fôlego,
mas que talvez respire um dia,
ou dois, ou três dias mais:
quanto às coisas sumérias: as mãos da rapariga,
o cabelo da estreita rapariga,
a luz que estremecia nela,
tudo isso perdura em mim pelos milénios fora,
disso, oh sim, é que eu estou vivo e estremeço ainda

do último livro de Helberto Hélder, A Morte sem Mestre - Poema 2

Roub

queria fechar-se inteiro num poema


queria fechar-se inteiro num poema
lavrado em língua ao mesmo tempo plana e plena
poema enfim onde coubessem os dez dedos
desde a roca ao fuso
para lá dentro ficar escrito direito e esquerdo
quero eu dizer: todo
vivo moribundo morto
a sombra dos elementos por cima

Herberto Helder lido por Herberto Helder (Renascença)

Ultimo livro de Helberto Hélder, A Morte sem Mestre - Poema 1

Roubado a sapo.pt , em 24.03.2015 , 19H08


a última bilha de gás durou dois meses e três dias

a última bilha de gás durou dois meses e três dias,
com o gás dos últimos dias podia ter-me suicidado,
mas eis que se foram os três dias e estou aqui
e só tenho a dizer que não sei como arranjar dinheiro para outra bilha,
se vendessem o gás a retalho comprava apenas o gás da morte,
e mesmo assim tinha de comprá-lo fiado,
não sei o que vai ser da minha vida,
tão cara, Deus meu, que está a morte,
porque já me não fiam nada onde comprava tudo,
mesmo coisas rápidas,
se eu fosse judeu e se com um pouco de jeito isto por aqui acabasse nazi,
já seria mais fácil,
como diria o outro: a minha vida longa por muito pouco,
uma bilha de gás,
a minha vida quotidiana e a eternidade que já ouvi dizer que a habita e move,
não me queixo de nada no mundo senão do preço das bilhas de gás,
ou então de já mas não venderem fiado
e a pagar um dia a conta toda por junto:
corpo e alma e bilhas de gás na eternidade
- e dizem-me que há tanto gás por esse mundo fora,
países inteiros cheios de gás por baixo!

R.I.P - Herberto Helder





Herberto [1930-2015]
os capítulos maiores da minha vida, suas músicas e palavras,
esqueci-os todos:
octagenário apenas, e a morte só de pensá-la calo,...
é claro que a olhei de frente no capítulo vigésimo,
mas não nunca nem jamais agora:
agora sou olhado, e estremeço
do incrível natural de ser olhado assim por ela

[in Servidões]




Roubado ao mural do FB de Carlos Vaz Marques em 24.03.2015.

segunda-feira, 23 de março de 2015


Flávio Félix ( FB ) - 23.03.2015 - Num comentário a um post de Rui Zink : também eu em tempos metamorfoseei-me de agrimensor contratado num processo Kafkiano a fingir um poeta que injectava metafisica no sangue. K tinha pessoa nos sonhos e fingia fingir ser um Almada perdido em puns metamorfoseado de pins. há manifestos futuristas desaguados em mim, num quarto de hospital que o meu pai não pagará! quero ser um K horpheusado de Álvaro em fuga num qualquer cais cinzento de Paris. Celebrai, cerebrai, que eu volto já!

O Saudar o Sol , de Pessoa

Não percebo esta esquerda tanta coisa com o Pessoa esse nacional-socialista que no ultimo poema já no leito da morte não se coíbe de fazer saudação solar .... poética ou não .
"É talvez o último dia da minha vida.
Saudei o sol, levantando a mão direita,
Mas não o saudei, dizendo-lhe adeus,

Fiz sinal de gostar de o ver ainda, mais nada."
Fernando Pessoa



( Roubado a César Viegas , FB )

Frederico e a dança



"Perdido seja para nós aquele dia em que não se dançou nem uma vez! E falsa seja para nós toda a verdade que não tenha sido acompanhada por uma gargalhada!"  , roubado a Rita Brandão.


Que comentou a minha observação no FB , em 22.3.15:

" Não acredito num Deus que não saiba dançar" - F. Nietzsche


Complementada , por mim , com esta outra :


"Devia ter completado : Eu também não, Frederico!"


Muito bem visto Rita

domingo, 22 de março de 2015

Talvez f&#$%

Há bombas em Belfast e em Beirute
É preciso afinar o azimute

E eu e tu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)
E tu e eu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)

Há mortos na Palestina
E há feridos em Israel
Conversações que não saem do papel

E eu e tu o que é que temos que Fazer?...
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)
E tu e eu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)

Porque o que eu quero é
O teu corpo e o teu sexo
Porque o que eu quero é
O teu corpo e o teu sexo
Porque o que eu quero é
O teu corpo e o teu sexo
Porque o que eu quero é
O teu corpo e o teu sexo

Há snipers em Sarajevo
E há fome em Bombaim
Guerra civil sem vergonha nem Fim

E eu e tu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)
E tu e eu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)

Há fascistas em Berlim e em Moscovo
É o discurso que de velho se faz novo

E eu e tu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)
E tu e eu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)

Porque o que eu quero é
O teu corpo e o teu sexo
Porque o que eu quero é
O teu corpo e o teu sexo
Porque o que eu quero é
O teu corpo e o teu sexo
Porque o que eu quero é
O teu corpo e o teu sexo

E eu e tu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)
E tu e eu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)

E eu e tu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)
E tu e eu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)

E eu e tu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)
E tu e eu o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)

E nós todos o que é que temos que Fazer?
(Talvez Foder)
(Talvez Foder)
by Pedro Abrunhosa e os Bandemónio

Arte de Amar

Arte de Amar

Não faço poemas como quem chora,
nem faço versos como quem morre.
Quem teve esse gosto foi o bardo Bandeira
quando muito moço; achava que tinha
os dias contados pela tísica
e até se acanhava de namorar.
Faço poemas como quem faz amor.
É a mesma luta suave e desvairada
enquanto a rosa orvalhada
se vai entreabrindo devagar.
A gente nem se dá conta, até acha bom,...
o imenso trabalho que amor dá para fazer.

Perdão, amor não se faz.
Quando muito, se desfaz.
Fazer amor é um dizer
(a metáfora é falaz)
de quem pretende vestir
com roupa austera a beleza
do corpo da primavera.
O verbo exato é foder.
A palavra fica nua
para todo mundo ver
o corpo amante cantando
a glória do seu poder.

(Thiago de Mello)

O Eros


 “O amor-sexualidade e o amor-espiritualidade são a emergência de uma mesma seiva da árvore humana, a dois níveis diferentes mas indissociáveis: o Eros.” - Annike de Souzenelle

domingo, 8 de março de 2015

Um novo partido em Portugal.

Ontem, fui-me deitar com a cabeça cheia de palavras. Acontece - me de vez em quando . Boa parte das vezes , as palavras , acabam por se perder na noite escura , talvez se enfiem também dentro dos lençóis , para descansar , e por lá se dissolvam , porque não volto mais a vê-las. Mas desta vez foi diferente. Vieram ter comigo hoje.

Encostara a cabeça à almofada , idealizando um partido de homens e mulheres correctos , que tivesse a decência como bandeira e o empenho desinteressado por princípio. Começara até , dentro das minhas muito humildes capacidades , a alinhavar as grandes linhas mestras , os rudimentos , portanto ,  de uns eventuais estatutos. Àquela hora , as ideias fluíam , desenvoltas e estruturadas , impossíveis de serem rebatidas. Uma maravilha! Estava espantado comigo mesmo... . Mas adormeci entretanto. Não foi por enfado , não , foi simplesmente por uma superior exigência do meu corpo cansado . Há coisas contra as quais não vale a pena lutar.

E então hoje , quando acordei , foi com algum espanto que encontrei as palavras com que ontem me deitara : lá estavam a decência e o desinteresse , cheias de vontade de se agregarem num novo partido para o qual , imagine-se , tinham até arranjado uma sigla e tudo : PGD - Partido de Gente Decente.

Que raio de coisa , pensei. Devo estar doido...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

algures na Califórnia...

Algures na Califórnia , debaixo de um calor intenso , dois jovens procuram incessantemente um local onde repousar.  Ela terá entre vinte e vinte e dois anos , ele , um pouco mais velho.  Andam há dois dias e duas noites fugidos do destino que lhes queriam dar , cansados , mas felizes por experimentarem , mesmo debaixo de difíceis condições , uma liberdade que nunca antes tinham vivido na sua curta existência.
Começa a chover ! Entram numa pequena estação de serviço de beira da estrada para se refugiarem de tão súbita e inesperada intempérie. Ele compra um maço de cigarros enquanto que ela se dirige à casa de banho. Para além deles , dentro da estação de serviço , apenas se encontra o funcionário, um homem dos seus quarenta anos . A chuva lá fora parece agravar-se.
- Um Marlboro, por favor - pede-lhe Raul - olhando vagamente para o homem à sua frente.
- É só ? - pergunta-lhe o empregado , mirando - o com atenção.
Com um aceno de cabeça o jovem responde-lhe que sim.
- Cinco dólares - diz-lhe do outro lado do balcão o homem que ostenta uma espessa barba preta.

Será assim?!...

11H15mn - Mais um dia sem chuva. Um pouco de vento , é certo , algum frio , mas o céu está azul com nuvens brancas , lá no alto.
Estamos um pouco para lá do meio de Fevereiro , que é um mês curto e manhoso, diferente dos demais.
Acordei relativamente bem. Um pouco sem ânimo , mas bem. Pensei até que o mal-estar que me tem acompanhado desde domingo se tivesse ido embora , mas não , não foi. Ainda está comigo.
Depois do frugal pequeno - almoço , sem leite , conforme prescrição da minha médica particular - a minha mãe - , comecei a sentir de novo as náuseas , as tonturas e as dores de cabeça que , não sendo fortes , não deixam de arreliar. Duram até agora !
Ainda saí para comprar cigarros - que são uma espécie de bálsamo - levando a expectativa que a curta caminhada até ao café me fosse fazer bem. Engano ! Puro engano ! Continuo na mesma! O estômago , o aparelho digestivo ou o que quer que seja , conspiram contra mim. Raios os partam! Logo agora que estava cheio de planos e de tarefas para cumprir. Os astros não estão alinhados comigo. Que grande chatice!


sábado, 14 de fevereiro de 2015

Sábado.

Chove!
Dentro de mim uma brisa de tristeza passa ao de leve sobre o meu coração.
Faltas tu . Falto eu e tu.
Contudo , estás em mim , quando fecho os olhos.

Uma brisa, serpenteante . Um tímido desejo . Está longe e perto.

Os lábios húmidos , o coração desperto.

Conto os dias , as horas , os minutos.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Gatos

Os gatos são ensimesmados ,
( pensam muito ! )
Senhores do seu nariz...!
Ao sol se sentam , depois se deitam,
rebolam sobre si.
Em seguida, vêm até mim ,
Ninguém lhes diz.
Semicerram o olhar,
serenos ,
como se estivessem a filosofar!

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Adolfo Casais Monteiro

Paz aos Mortos

Detestei sempre os arquitectos de infinito:
como é feio fugir quando nos espera a vida!
Nunca tive saudades do futuro
e o passado... o passado vivi-o, que fazer?!
- e não gosto que me ordenem venerá-los
se eu todo não basto a encher este presente.

Não tenho remorsos do passado. O que vivi, vivi.
Tenho, talvez, desprezo
por esta débil haste que raramente soube
merecer os dons da vida,
e se ficava hesitante
na hora de passar da imaginação à vida.

As pazadas de terra cobrindo o que já fui
sabem mal, às vezes; noutros dias
deliro quando lanço à vala um desses seres tristonhos
que outrora fui, sem querer.

Adolfo Casais Monteiro, in 'Sempre e Sem Fim'

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Impressões II

Um conflito interno, penoso, dilacerante, deixa – me na terra de ninguém, um espaço entre as fronteiras do que sou, digo e faço e do que quero ser, dizer e fazer.
É dilacerante!
Tão dilacerante que depressa me leva a cair no abismo cavado pela interrogação, pela dúvida e pela incerteza.
Os meus pensamentos vogam desorganizados, pelo céu que lhes dá casa, sem que eu consiga colocar ordem neste desenfreado continuum de sensações interiores que em redemoinho , como um furioso e incontrolado tornado , varrem toda a minha paz e me deixam prostrado e sem força.
Dei abrigo , há uns dois meses atrás , a uma cadelita, forçada pelas circunstâncias a estar vadia,  e , depois da sua vinda , a minha vida ficou diferente. Tratar-se-á de uma coincidência ou haverá uma relação efectiva?!
Não sei !
( «Há!» , responderei , mais tarde…)
Quantas não são as vezes em que procuramos sinais, uns mais estranhos que outros, que ajudem a explicar as (aparentemente) pouco explicáveis mudanças na nossa condição de vida?
E depois, ao fim de bastante tempo sem que a cadela voltasse a casa, pensei: parece que me sinto mais calmo. “Era ela que me estava a trazer má sorte…”
A fé é extraordinária! É uma esperança reforçada por um elo invisível entre nós e o divino. É  como se tomássemos um whisky duplo em vez de um whisky normal.
Está difícil a minha existência neste particular momento. Estou vazio de bem-estar e cheio de dor. Tudo parece conspirar contra mim. Principalmente, eu próprio.
Vivo entre paredes carregadas de angústia. Mesmo o espaço aberto me aperta os sentidos e parece não haver lugar no mundo onde encontre paz. A desesperança se instalou.
Vida é sofrimento.
Quem nunca sofreu?! Eu, por deus, tenho a minha dose.
Abismo! Cair, é a minha única vontade.
Paralisado! Estático! Em pânico! Colado num pedaço inerte de tempo. Peso uma tonelada mas, paradoxalmente, estou pronto a ser levado pelo vento, como uma pena.
Tudo a uma distância ínfima: a luz , a beleza, o amor…
Imperfeição constante…
Encaixou a sua face na concavidade feita entre o meu ombro e o pescoço e percebi, por segundos, que podia haver uma outra saída, para além da fuga. Ficar aqui, podia ser, afinal, ter todo o mundo. Já não precisava de viajar até Nova Iorque ou Paris. Os dois corpos, ali juntos, sentados no improvisado banco debaixo da velha pereira, deram-me a sensação de tranquilidade e fizeram com que pensasse na possibilidade de encontrar a paz perdida. Foi por pouco tempo. As nuvens adensaram-se e começaram a avançar, céleres e cinzentas, em nossa direcção. Em pouco tempo a chuva começou e com ela desapareceu a ilusão que o meu desejo construíra.
- És um perdulário! – Atirou-me, mais tarde, sentada no sofá vermelho em frente ao meu.
Olhei-a, no verde da sua iris, e veio uma vontade enorme de chorar.
De súbito, o ladrar de um cão na vizinhança, alvoroçou os meus.
Agarrei-lhe a mão, olhando de novo nos seus olhos densos. A chuva que entretanto parara, recomeçou a cair, agora numa melopeia inquietante. Senti frio.
- Estou farto do inverno – disse-lhe. Os cães , quando voltam a casa, vêm todos molhados e sujos . É uma porcaria. Está sempre tudo sujo.
-Tudo na vida tem o seu tempo , Rafael. Ao inverno segue-se a primavera e é necessário ter paciência e sabedoria.

(Sabedoria paciente, pensei)


- escrito em Novembro ou Dezembro de 2013 - 

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Coisas boas


Roubado do FB de Maló de Abreu(postado por ele em 16.1.2015):


"De que mais precisa um homem senão de um pedaço de mar - e um barco e uma linha e um anzol para pescar? De que mais precisa um homem senão de um pedaço de terra e uma casa, não grande, branquinha, com uma horta e um modesto pomar; e um jardim carregado de flor de cheirar? De que mais precisa um homem senão de um amigo, desses para a paz e para a briga, um amigo de casa e de bar? De que mais precisa um homem senão de uma mulher para amar, uma mulher com dois seios e um ventre, e uma certa expressão singular? Sim, de que mais precisa um homem senão de suas mãos e da mulher - as únicas coisas livres que lhe restam para lutar pelo mar, pela terra, pelo amigo."
_________________________________
[LIBELO (adaptado) | Vinicius de Moraes]

domingo, 11 de janeiro de 2015

Solidão

A solidão dilacera!

Como um frio que entra pele adentro e se vai instalar directamente na alma.

sábado, 3 de janeiro de 2015

R.

Talvez seja por ti que hoje me apetece celebrar a vida.

Tenho vivido enclausurado dentro da minha melancolia , de tal forma , que os dias foram ficando todos iguais , todos cinzentos e sem graça , todos passando lentamente , todos sem esperança.

Mas agora que o teu rosto atravessa os meus pensamentos parece estar a renascer , lentamente , a vontade de viver a vida . Bem sei que há tanta coisa que nos separa . ..