domingo, 5 de abril de 2020

Apetece ficar em casa mas desejo muito sair. Hoje é domingo , abril e chove. Está igualmente algum frio.O mau tempo tira a vontade de sair de casa.
Saí.
O cinzento é a cor que cobre o céu , o chão está molhado e as ervas altas do campo dobram-se sob o peso das gotículas de água . O campo está silencioso e vazio. Sereno. Os animais têm necessidades que não se compadecem com o clima. No começo do dia , depois de uma noite dentro de casa , querem passear , correr , farejar tudo em liberdade e não se incomodam muito com a chuva ou o frio.
O meu casaco , o chapéu e as botas acabaram molhados , o que me trouxe algum desconforto . O corpo húmido, as mãos e pés frios. Voltei a casa. Hoje senti o Jimmy um pouco triste e achei-o  pouco activo. Correu pouco. Rebolou pouco . Brincou pouco.  Pode ser simplesmente do tempo ou então não passa de uma sensação minha . No entanto, fiquei a matutar se algo mais poderia estar a acontecer. Preocupação de um pai que nunca o foi ou de um hipocondríaco envergonhado que ,em tempo de pandemia , está desta vez preocupado não com a sua saúde mas com a do seu cão. Não gosto de nenhum tipo de sofrimento . O dos animais afecta-me de forma particular pela incapacidade que têm , na maioria das vezes , em comunicar-nos o que estão a sentir. Em moléstias de evolução lenta é ainda pior porque quando nos apercebemos da doença pode ser tarde. O Quico e a Luckye , os outros cães, ex- vadios,  foram às suas longas andanças de caça furtiva marimbando - se por completo para a meteorologia  e hão-de voltar quando quiserem , que, normalmente , é quando têm fome e o cansaço se acumula nas patas. Apesar destas suas deambulações me causarem problemas com os caçadores humanos não tive coragem para os reter no cercado.  Afinal, é domingo!


Sem comentários:

Enviar um comentário