segunda-feira, 6 de abril de 2020

Preocupo-me demasiado, penso demasiado, angustio-me demasiado , mas sou assim. Preocupo-me com quase tudo , a quase toda a hora. Ansiedade , medo , receio de morrer . ( " tudo o que aprendo transformo em medo" - escreveu Elias Canetti , frase que encontrei nos Diários da Peste de Gonçalo M. Tavares , no Expresso . Filigrana da escrita , como quase tudo o que dele li. Trata as palavras com uma delicadeza e cuidado extremos  )
O cinzento é a cor  dominante da minha vida . Há outras, todavia - amarelo , vermelho , verde, azul -porque não gosto do unanimismo e , felizmente , tenho tido a força e lucidez , a graça e condições  também , de poder 'sentir' e usufruir de outras cores.

Está na genética ... , ia António respondendo quando ,  incontroladamente , o interrompi e mudei de  assunto. Acontece - me vezes de mais. Só à posteriori me dou conta da minha indelicadeza , que pode ser interpretada como falta de respeito , ao não  deixar o meu interlocutor acabar uma frase que completa um raciocínio , exprime uma emoção ou transmite uma notícia. Sendo mau , não o faço por mal. Está na genética... , aproveitando as palavras do meu amigo que se referia , não a mim, mas a um cão e aos seus incontroláveis instintos de caça . Se a este, alterar o comportamento , pode ser uma tarefa muito difícil a mim já não tanto . Comigo tratar-se-á de respirar fundo e esperar com calma a oportunidade de falar.

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