quarta-feira, 22 de abril de 2020

Trouxe a sua mão atá à minha e começamos a caminhada pela terra húmida da manhã. Por sorte , o dia estava solarengo e não foi precisa a companhia  do guarda-chuva . Já não era tão cedo como vinha sendo habitual mas ainda se sentia bem a frescura do dia e era limpidamente audível a sinfonia matinal dos diversos pássaros , pegas e corvos que gostam de se exprimir entusiasticamente logo pela fresquinha.
No início , entre nós , o silêncio. À medida que avançávamos pelo campo deserto de pessoas e nos íamos libertando das inquietações despertas , trazidas da noite de sono e dos sonhos ocultos, a paisagem transmitia-nos na sua prece verde a harmonia que só a natureza sabe dar.
Não é particularmente bonito este canto onde vivo. Quero dizer , não há por aqui um ordenamento peculiar que forneça ao espaço características únicas , especialmente belas ou magníficas mas o silêncio das pedras dos caminhos que atravessam os muitos vinhedos e pinhais justifica bem a saída de casa.

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