quarta-feira, 15 de abril de 2020

Mais um dia confinado, condicionado por esta pandemia que afecta quase todo o mundo e que teima em empurrar - nos para dentro de casa , na maioria das vezes, contra a nossa vontade.

Gostaria de ter lido mais ao longo da vida mas acontece que o meu cérebro , aqui há uns bons anos atrás , deu um "tiltezinho" e desde essa altura que tenho tido muita dificuldade em me concentrar , em ficar focado somente numa única coisa ou num só pensamento , o que dificulta grandemente a leitura e não só.

Não sou especialista em coisa nenhuma .
No passado li algumas coisas , com pouco critério, sobre psicologia ,  sobre depressão , ansiedade e problemas psicológicos de um modo geral. Como é evidente , essas leituras , não fizeram de mim psicólogo , psiquiatra ou  'expert'  em questões de saúde mental ou me habilitaram a interpretar com certeza científica ( ou outra qualquer) o meu comportamento . Mas tenho feito um esforço , nem sempre bem sucedido , por encontrar uma explicação para um certo desencontro , digamos assim , comigo próprio.

Antes do dito "tilt" - palavra que fui buscar ao ambiente dos jogos das antigas máquinas de ' flippers' e  que era usada quando estas , por qualquer razão, bloqueavam e deixavam de funcionar - já me sentia perdido dentro de mim mesmo. Desconfiava que alguma coisa não estava bem mas não sabia o que era. Afinal era uma criança, a crescer com mais cinco irmãos numa aldeia de Portugal dos anos sessenta do séc. XX, numa família de classe média , semi-rural, mãe médica obstetra e pai , sem estudos superiores , funcionário bancário por necessidade , de família anteriormente abastada mas à época com problemas financeiros . Apesar da minha mãe ser médica não era pessoa de uma latitude intelectual muito grande , sempre foi muito focada no que fazia e não tinha , por falta de tempo e por feitio , uma sensibilidade muito apurada para as especificidades de personalidade de cada um dos seus filhos. Foi educada num ambiente de alguma severidade afectiva e em tempo de austeridade económica na sequência da segunda guerra mundial .Além disso a sua vida profissional pouco tempo e disponibilidade lhe deixava para acompanhar com pormenor o crescimento de cada um de nós. Assim mesmo e com enorme sacrifício pessoal , nomeadamente no que toca a horas de sono e descanso ,  tudo fez por nós.



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